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Resenha: Beleza Perdida ♥ Amy Harmon

20 agosto 2017


Quando um livro te surpreende  a ponto de passar a fazer parte de você

Foto: Divulgação/Beleza Perdida

tulo: Beleza Perdida
Autor: Amy Harmon
Editora: Verus
Páginas: 336
Avaliação:★★

"Porque às vezes nos apaixonamos por um rosto, não pelo que está atrás dele."

Quando comecei a leitura desse livro, comecei no escuro, sem ler sinopse, sem ter visto ou lido resenha e nunca poderia imaginar toda a beleza que encontrei nessas páginas, uma beleza que vai muito além de reflexos em um espelho e que se encontra na sutileza, na humildade.
   Em um primeiro momento, conhecemos nossos personagens principais. Fern é gentil,  forte, ama ler e quer ser escritora um dia. A garota sempre se viu como feia e sem graça, principalmente porque desde pequena ela ouvia isso, sendo comparada com a melhor amiga Rita, a quem todos consideravam linda. Então, como a estrela da escola poderia corresponder ao amor que ela nutria por ele? 

   Ambrose Young, belo, musculoso, lutador cobiçado da escola é o rapaz que todas as garotas querem. Ele ama lutar e passa horas com o treinador Shenn, além de ajudar o pai na padaria nos tempos livres.

   Bailey é filho do treinador Shenn e amigo tanto de Fern quanto de Ambrose. Apesar de ter distrofia muscular e de estar preso à uma cadeira de rodas, ele é um jovem brilhante e alegre. Ele ama a vida, faz piada da própria condição e possui uma beleza interior que ilumina todos a sua volta.

   Fern e Bailey possuem uma conexão muito forte, não são apenas primos e melhores amigos, ambos são companheiros. Fern está sempre ao seu lado e o ajuda em tudo o que o primo não pode fazer sozinho e Bailey ilumina Fern e apoia, lhe dá conselhos e faz o possível para vê-la feliz.

   Quando Rita se diz apaixonada por Ambrose e pede a Fern que escreva um bilhete, Fern mostra seu coração para ele, não imaginando que ele faria o mesmo. Eles trocam poemas, falam sobre coisas superficiais e suas preferências.

   Claro que a mentira não duraria muito tempo, Rita era muito diferente da garota que dizia ser nas cartas e Ambrose fica furioso pensando que as duas meninas apenas brincavam com ele, descobrindo tarde demais que Fern realmente gostava dele e se vendo pensando sempre nela.

   Quando ele parte para a Guerra do Iraque após o atentado de 11 de setembro levando consigo os quatro melhores amigos, ninguém imaginava a tragédia que aconteceria e que apenas um deles voltaria pra casa e completamente diferente do que fora um dia.

  “Fern o observou se afastar, congelada onde estava. Ela não era a única que estava diferente.”.

   Sentindo o peso do mundo nas costas, com um corpo cheio de cicatrizes para lembrá-lo dos amigos que se foram e cheio de culpa, Brose se esconde das pessoas encontrando Fern uma noite ao acaso, também muito diferente, linda e apesar de querer estar perto dela tenta afastá-la achando que ela está com pena dele, afinal, como ela poderia gostar de seu rosto destruído?

   Mas Fern enxerga além das cicatrizes no rosto de Ambrose e ainda completamente apaixonada por ele conta com a ajuda de Bailey para ajudá-lo a superar a dor, mostrando o que realmente importa.

   O laço de amizade entre os três se torna incrivelmente forte e lindo; um completa o outro e juntos eles encontram alegria, paixão pela vida. Cada um traz segurança ao outro e é maravilhoso vê-los juntos, ver essa amizade se fortalecendo e perceber o quanto de beleza eles tem.

   É difícil descrever o quanto esse livro me marcou e o ensinamento que tirei dessas páginas. A muito tempo não chorava com um livro e fiquei apaixonada, vendo o mundo de outra forma, principalmente por causa do Bailey que é um personagem fantástico.

   O livro é reflexivo, lindo, falando sobre viver intensamente mesmo com as dificuldades e limitações que a vida traz. 

   A leitura flui e é de fácil compreensão. Narrado em terceira pessoa com pontos de vista alternados, pode ser difícil para algumas pessoas se conectar com a história, o tema da perda não é muito abordado mas mesmo assim é um livro incrível.

"— A verdadeira beleza, aquela que não se desvanece ou se esvai, precisa de tempo, de pressão, precisa de uma resistência incrível. É o gotejamento lento que faz a estalactite, o tremor da Terra que cria as montanhas, o constante bater das ondas que quebra as rochas e suaviza as arestas. E da violência, do furor, da ira dos ventos, do rugido das águas emerge algo melhor, algo que de outra forma nunca existiria. E assim suportamos. Temos fé na existência de um propósito. Temos esperança em coisas que não podemos ver. Acreditamos que há lições na perda e poder no amor, e que temos dentro de nós o potencial para uma beleza tão magnífica que o nosso corpo não pode contê-la."

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