Foto: Divulgação/Sangue Quente |
Título: Sangue Quente
Autor: Isaac Marion
Editora: Leya
Número de Páginas: 256
"Estou morto, mas isso não é tão ruim. Aprendi a conviver com isso. Desculpe não me apresentar da forma correta, mas não tenho mais um nome. Dificilmente algum de nós tem um. Nós o perdemos como perdemos chaves de carro, os esquecemos como esquecemos de alguns aniversários. O meu talvez começasse com R, mas isso é tudo que sei. É engraçado porque quando eu era vivo, sempre me esquecia do nome das outras pessoas. Meu amigo M diz que a ironia de ser um zumbi é que tudo é engraçado, mas você não consegue rir, pois seus lábios apodreceram."
O livro se passa em um mundo destruído por uma praga que transformou muitas pessoas em zumbis.
Para sobreviver os humanos buscaram abrigos em estádios completamente cercados e fortemente armados enquanto os zumbis se reuniram em grupos nos locais que passaram a ser chamados de colmeias.
Nosso narrador é um personagem incomum, ao invés do ponto de vista de um dos humanos, neste livro temos o de R, um zumbi nos primeiros estágios de apodrecimento que mora em um aeroporto.
Assim como os outros, R não tem perspectivas, não sabe como tudo começou ou o que ocasionou a doença, não tem memórias específicas, nenhuma história, mas diferentemente dos outros ele não gosta de matar pessoas e faz indagações sobre a própria existência. R quer mudar, evoluir, mas não pode fugir da Nova Fome, uma hora ou outra terá de comer alguém e não pode ignorar o fato de que quando come um cérebro recebe memórias da vida dessa pessoa e por poucos instantes pode se sentir vivo novamente.
Em um dia de caçada, ele mata Perry, recebendo lembranças sobre a vida do rapaz e conhecendo Julie através delas. Quando os flashes param ele identifica a garota e não consegue matá-la, a protegendo e a levando para o aeroporto disfarçada de nova transformada.
Após convencer Julie de que não vai machuca-la e explicar que ela precisa ficar com ele por alguns dias até os outros zumbis esquecerem dela, R senti que algo dentro dele começa a mudar, percebe pequenas mudanças e começa a se indagar se não pode ter um futuro diferente do que ele imaginava.
Sangue Quente é um livro ótimo pra passar o tempo, ele é engraçado, leve, com personagens cativantes e cheio de indagações sobre a sociedade de forma geral e o modo como lidamos com as coisas ao nosso redor.
A leitura é rápida e R é um personagem cativante e cheio de surpresas, em muitos momentos esquecemos que ele é um zumbi. Além disso a escrita do autor me surpreendeu e me diverti muito com a leitura.
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