Foto: Divulgação/A Guerra que salvou a minha vida |
Título: A Guerra que Salvou a Minha Vida
Autor: Kimberly Brubaker Bradley
Editora: Darkside
Editora: Darkside
Páginas: 240
Avaliação:★★★★★
"Existe guerra de tudo quanto é tipo."
Tendo como pano de fundo o Início da Segunda Guerra Mundial, A Guerra que Salvou a Minha Vida nos conta a história de Ada, uma garota inocente que vive com a mãe e o irmão mais novo, Jaime, em um pequeno apartamento em Londres.
Ada tem o pé direito torto e para sua mãe isso é uma vergonha, uma humilhação, ela tem nojo da filha e a mantem trancada dentro de casa. Tudo o que a menina conhece do mundo se resume ao apartamento onde moram, o que ela vê pela janela e o que o irmão conta para ela, já que ele pode sair, ir a escola e brincar com os amigos.
A vida de Ada é uma grande tortura, ela não consegue andar, é desprezada pela mãe, sofre abusos psicológicos constantes, passa fome e leva grandes surras, geralmente sem motivo, chegando a ser deixada a noite inteira trancada no armário debaixo da pia, um lugar úmido e infestado de baratas.
Ada cuida do irmão, tenta protege-lo das surras e esconde comida, mas acima de tudo ela tenta agradar à mãe e buscando sua aceitação ela decide arriscar os primeiros passos, escondida.
Se eu conseguisse andar, talvez a Mãe não sentisse tanta vergonha de mim. Talvez pudéssemos disfarçar o meu pé aleijado. Talvez eu pudesse sair de casa e ficar com o meu irmão, ou pelo menos ir onde ele estivesse, caso precisasse de mim.
Mas a Guerra de Hitler se aproxima da Inglaterra e sob ameaça de Londres ser bombardeada, as crianças estão sendo evacuadas para o interior, mas não Ada, sua mãe não irá permitir que sua filha defeituosa vá embora junto as crianças normais, por isso ela foge com o irmão.
Chegando ao interior apenas Jaime e Ada não são escolhidos pelos moradores locais, o que leva Lady Thorton, Coordenadora do Serviço Voluntario Feminino, a colocar as crianças com Susan Smith.
Susan não tem condições de cuidar das crianças, após a perda da melhor amiga ela se tornou angustiada e triste, ela não é uma boa pessoa e não quer recebe-los, mas mesmo assim, os meninos ficam e Susan cuida deles.
Jaime sente falta da mãe no início e tanto ele quanto Ada quanto Jaime veem suas vidas mudarem. Susan os alimenta bem, os deixa livres para brincar, ela não bate neles, mesmo quando eles são mau criados e chega a levar Ada ao médico. Apesar de passar dias melancólica e quieta no quarto, Susan passa a dar seu máximo as crianças, ela faz coisas para eles, lê para eles a noite, defende Jaime na escola e ensina Ada a ler e escrever, ela é carinhosa, paciente e se importa com eles.
Narrado pelo ponto de vista de Ada, nesse livro temos as bombas, aviões, a rotina de quem vive em um país em guerra e mortes, mas a verdadeira guerra é a de Ada contra a mãe, sua luta para ser aceita e se superar. Ela está traumatizada, se recusa a confiar, ela realmente acredita que não vale nada, é teimosa e nunca pede ajuda.
"Queria que a Mãe fosse igual à Susan.
Não confiava que a Susan fosse diferente da Mãe."
Há dois momentos que de certa forma me marcaram nesse livro, o primeiro é quando Ada ganha um belo vestido de Susan e por achar que não o merece entra em pânico e o segundo é quando ela quebra a máquina de costura e passa o dia escondida debaixo da cama, com medo e é maravilhoso a forma como Susan age nessas situações e como eles constroem uma família.
O livro é uma história de superação e amor, é emocionante, angustiante e muito sensível. A autora foi muito inteligente e conseguiu juntar os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial com a guerra que os personagens estão enfrentando dentro de casa, Ada e Jaime salvaram Susan tanto quanto ela os salvou e isso é incrível.
A leitura flui e os personagens são marcantes. Há momentos muito tristes, de partir o coração, há outros muito fofos e em cada momento me apaixonei mais por essa história. É um livro realmente muito lindo e a edição da Dakside é maravilhosa.
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