Foto: Andy Vieira/Divagações de Leitora |
Título: Poemas ao Desabrigo
Autor: Raul de Taunay
Editora: 7 Letras
Editora: 7 Letras
Páginas: 112
Avaliação:★★★★★
Eu sempre fui apaixonada por poesia, infelizmente acabei me afastando um pouco do gênero com o passar dos anos devido à algumas decepções, mas esse ano tive descobertas incríveis. O primeiro livro que li esse ano, Tamen Tabu, foi uma leitura deliciosa e agora mais um livro veio para despertar ainda mais minha paixão por poesia.
Livros de poesia sempre me deixam com grandes expectativas e quando recebi Poemas ao Desabrigo não imaginava que durante a leitura iria ter tantos momentos de suspiros, sorrisos e satisfação.
Eu já tinha ouvido falar do Raul de Taunay, mas apesar de ter ouvido coisas positivas sobre o autor ainda não tinha conhecido sua escrita e esse livro foi uma excelente porta de entrada.
Seus poemas tratam de amor, saudade, podem ser intensos ou delicados, mas todos transmitiram para mim uma emoção muito forte, sentimentos em forma de poesia com os quais me identifiquei, não há só porque senti o que autor sentia ao escrever, mas porque vi os meus próprios sentimentos em cada linha escrita, me senti em um turbilhão de emoções.
As poesias tem uma escrita simples, mas com profundidade e apesar de a muito tempo não me identificar com a poesia romântica, os poemas de amor me trouxeram um quentinho no coração, aquela sensação de acolhimento, que aliás, senti diversas vezes durante a leitura do livro.
Quero deixar bem claro que o foco do livro não são os poemas de amor, cada poema é uma descoberta, são assuntos do dia a dia tratados com maestria, poemas que falam de poemas, poemas que falam de dor, natureza, beleza, maldade, despedida, ilusões, gratidão, enfim são pensamentos sobre a vida e o que vivemos ao longo de nossa caminhada.
Poemas ao Desabrigo foi uma experiência deliciosa, poesia é uma arte e Raul de Taunay tem o dom de encantar, de nos fazer pensar, de trazer através de poemas muito sentimento e com certeza esse é um livro que indico tanto para os amantes de poesia quanto para aqueles que ainda não se apaixonaram por esse gênero lindo que eu tanto amo.
"Eu tenho em mim muitos desertos
Que, pelas noites, se debruçam frios,
Como lâminas, a fatiar-me o peito.
E levo em mim agravos abertos
A endoidecer o poema de arrepios,
Como beijos que se dão no leito.
Eu trago em mim este abandono,
Uma orfandade feita de calafrios,
Um alvoroço a me revirar do avesso.
Carrego, enfim, o assombro emerso,
Que apaga estrelas e afunda navios,
Que, no infinito, transborda o verso."
(Poema Alvoroço, página 19)
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