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Resenha: O Jardim de Inverno ♥ Kristin Hannah

12 maio 2018



tulo: O Jardim de Inverno
Autor: Kristin Hannah
Editora: Novo Conceito
Páginas: 416


“Você ficaria surpresa com o que o coração humano pode suportar”
   Anya é uma mãe fria e distante das filhas, Meredith e Nina, que cresceram acreditando que a mãe não as amava. O elo que une essas três mulheres é o pai, um homem alegre que fez o possível para que as filhas se sentissem amadas e que sempre quis que as filhas se aproximassem, tentassem conhecer a mãe e entendê-la.
   Quando ele morre faz a filha mais nova prometer que fará com que a mãe lhes conte seu conto de fadas até o final. Nina era apaixonada pelos contos de fadas, quando pequenas a mãe apagava as luzes e contava para as filhas a história do Príncipe e da Camponesa, era o único momento em que elas tinham contato, mas após as filhas tentarem encenar a história em uma peça de Natal, a mãe ficou furiosa e a relação entre elas ficou ainda mais vazia.

   As irmãs são muito diferentes. Meredith é a controlada, obcecada pelo trabalho a ponto de não perceber o quanto está se afastando do marido. Nina é aventureira, ela viaja pelo mundo tirando suas fotos e não consegue fincar raízes em lugar algum, mas ambas tem dificuldade de expressar o que sentem e demonstrar amor, assim como a mãe.

   Agora que o pai se foi é difícil cumprir a promessa de cuidar de Anya, após a morte do marido que ela amava, ela fica ainda mais estranha e parece delirar, citando os contos de fadas e perdendo a força que sempre demonstrou. Nina faz o possível para convencer a mãe a lhe contar suas histórias e apesar da resistência de Anya, a teimosia de Nina acaba vencendo, mas existe muito mais nessa história do que elas podem imaginar e a verdade pode ser extremamente dolorosa.

   Quando iniciei a leitura de O Jardim de Inverno não tinha nenhuma expectativa, no principio não me conectei com nenhuma das personagens e a narrativa foi um pouco mais lenta, já que somos apresentados aos personagens e ao ambiente em que estão inseridos, mas rapidamente a leitura começou a fluir e fui ficando muito curiosa em relação à Anya, no início é fácil não gostar dela e imaginar como uma mãe pode ser tão distante de suas filhas.

   As personagens têm muitos defeitos, em muitos momentos tive vontade de sacudir Meredith e dizer pra ela não ser burra rs. O engraçado é que durante a leitura nos afeiçoando a essas mulheres e mesmo o livro sendo em terceira pessoa, consegui me conectar com elas e ao que estavam sentindo.

   A melhor parte é a narrativa de Anya, é emocionante e é impossível não ficar extremamente curioso para saber onde ela irá chegar e quem realmente ela é. Foi um livro emocionante e que me surpreendeu muito, tendo um pano de fundo da segunda guerra.

   Até onde as pessoas vão para proteger quem se ama? O que a guerra causa e quais marcas ela deixa? O quanto nossas atitudes do passado podem afetar o presente? Como conviver com a culpa e com a perda? 

   É um livro lindo que nos mostra o quanto uma pessoa pode surpreender e o quanto não devemos julgar, além disso, o final é incrível.

   “Nós mulheres, fazemos escolhas pelos outros, não por nós mesmas. E quando somos mães, nós suportamos o que for preciso por nossos filhos.”

   

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