Título: O Jardim de Inverno
Autor: Kristin Hannah
Editora: Novo Conceito
Editora: Novo Conceito
Páginas: 416
“Você ficaria surpresa com o que o coração humano pode suportar”
Anya é uma mãe fria e distante das filhas, Meredith e Nina, que cresceram
acreditando que a mãe não as amava. O elo que une essas três mulheres é o
pai, um homem alegre que fez o possível para que as filhas se sentissem
amadas e que sempre quis que as filhas se aproximassem, tentassem conhecer
a mãe e entendê-la.
Quando ele morre faz a filha mais nova prometer que fará com que a mãe
lhes conte seu conto de fadas até o final. Nina era apaixonada pelos contos de
fadas, quando pequenas a mãe apagava as luzes e contava para as filhas a
história do Príncipe e da Camponesa, era o único momento em que elas
tinham contato, mas após as filhas tentarem encenar a história em uma peça de
Natal, a mãe ficou furiosa e a relação entre elas ficou ainda mais vazia.
As irmãs são muito diferentes. Meredith é a controlada, obcecada pelo
trabalho a ponto de não perceber o quanto está se afastando do marido. Nina é
aventureira, ela viaja pelo mundo tirando suas fotos e não consegue fincar
raízes em lugar algum, mas ambas tem dificuldade de expressar o que sentem
e demonstrar amor, assim como a mãe.
Agora que o pai se foi é difícil cumprir a promessa de cuidar de Anya,
após a morte do marido que ela amava, ela fica ainda mais estranha e parece
delirar, citando os contos de fadas e perdendo a força que sempre demonstrou.
Nina faz o possível para convencer a mãe a lhe contar suas histórias e apesar
da resistência de Anya, a teimosia de Nina acaba vencendo, mas existe
muito mais nessa história do que elas podem imaginar e a verdade pode ser
extremamente dolorosa.
Quando iniciei a leitura de O Jardim de Inverno não tinha nenhuma
expectativa, no principio não me conectei com nenhuma das personagens e a
narrativa foi um pouco mais lenta, já que somos apresentados aos personagens e
ao ambiente em que estão inseridos, mas rapidamente a leitura começou a fluir e
fui ficando muito curiosa em relação à Anya, no início é fácil não gostar dela
e imaginar como uma mãe pode ser tão distante de suas filhas.
As personagens têm muitos defeitos, em muitos momentos tive vontade de
sacudir Meredith e dizer pra ela não ser burra rs. O engraçado é que durante a
leitura nos afeiçoando a essas mulheres e mesmo o livro sendo em terceira
pessoa, consegui me conectar com elas e ao que estavam sentindo.
A melhor parte é a narrativa de Anya, é emocionante e é impossível não
ficar extremamente curioso para saber onde ela irá chegar e quem realmente ela
é. Foi um livro emocionante e que me surpreendeu muito, tendo um pano de fundo
da segunda guerra.
Até onde as pessoas vão para proteger quem se ama? O que a guerra causa e
quais marcas ela deixa? O quanto nossas atitudes do passado podem afetar o
presente? Como conviver com a culpa e com a perda?
É um livro lindo que nos mostra o quanto uma pessoa pode surpreender e o
quanto não devemos julgar, além disso, o final é incrível.
“Nós mulheres, fazemos escolhas pelos outros, não por nós mesmas. E quando somos mães, nós suportamos o que for preciso por nossos filhos.”
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