Foto: Divulgação livro A Canção de Ninar |
Título: Cancão de Ninar
Autor: Leila Slimani
Editora: Tusquets Editores
Páginas: 192
Editora: Tusquets Editores
Páginas: 192
Myriam decide que precisa
voltar a trabalhar, principalmente porque percebe que não está satisfeita com
sua vida, cansada de ser dona de casa, mãe e não ser valorizada por isso, ela
decide retomar sua carreira de advogada depois de anos de dedicação exclusiva à
família. Para isso ela precisa de alguém para cuidar dos filhos Adam e Mila e junto
ao marido começa uma busca rigorosa para encontrar uma boa babá.
"O bebê está morto"
O interessante desse livro é
que sabemos exatamente o que vai acontecer e o mistério não se encontra na
descoberta, mas no porquê aconteceu. Como uma babá dedicada assassina duas
crianças brutalmente? O que há por trás desse assassinato?
Narrado em terceira pessoa, a
assassina é o foco da narrativa. Louise é uma mulher dedicada, encantadora,
prestativa e ainda cozinha e arruma a casa, se tornando em pouco tempo
indispensável para a família e conquistando não apenas as crianças, mas os
patrões também.
A babá nunca reclama quando
precisa ficar um pouco mais tarde, ela é amorosa com as crianças, tem muita
energia para brincar com elas e ocupa um espaço cada vez maior na família, o
que começa a deixar Myriam incomodada com o fato de estar perdendo o controle
da própria casa, Louise é perfeita, perfeita demais.
Mas como essa mulher amorosa
e leal no final acaba destruindo a família que ela aparentemente ama?
Canção de Ninar é um livro intenso, a escrita de Leila Slimani é fascinante, do tipo que prende do início ao fim, além de trazer muitas reflexões, principalmente sobre o papel de mulher na sociedade e o quanto somos pressionadas para sermos perfeitas, exímias donas de casa e mães exemplares, mas o quanto esses papeis não possuem valor social e o quanto somos julgadas por deixarmos nossos filhos na responsabilidade de outras pessoas para o que quer que seja.
Faz-nos pensar também nas
pessoas que empregamos, será que tratamos essas pessoas como seres humanos? Ou
estamos tratando essas pessoas como máquinas e esperando que elas nunca falhem,
fiquem doentes ou nos desapontem? O livro mostra os preconceitos de classes e
entre culturas de forma clara, nos fazendo refletir sobre isso também.
Louise sempre trabalhou para
os outros, sempre cuidando de várias crianças, buscando agradar os patrões, ser
a babá perfeita, mas não foi mãe para a própria filha, ela é uma mulher cheia
de cicatrizes e sozinha, ela se importa com os outros, mas não tem quem se
importe com ela e mergulhamos na sua vida, nessa solidão e em seus conflitos.
Talvez o que mais tenha
gostado, além da escrita da autora que realmente me encantou, foi o fato do
livro ter a mulher como verdadeira protagonista, os desafios, as cobranças, as
dores. É um livro cheio de tensão, angustiante de certa forma e que me trouxe
outras percepções, com certeza não terminei essa leitura como comecei e é
incrível quando um livro mexe conosco dessa maneira.
Li esse livro no início do mês e achei bem intrigante, gostei bastante das mensagens que ele traz!
ResponderExcluirhttp://www.submersaempalavras.com/
Oi Andy!!
ResponderExcluirEsse livro parece sensacional. Eu já tinha visto ele por aí, mas não tinha parado para ler nem a sinopse. Através de sua resenha acabei ficando bastante interessada e já o inclui na minha lista de próximas leituras.
Bjs
https://almde50tons.wordpress.com/